Violência doméstica: especialistas debatem atuação de grupos reflexivos para homens e mulheres

Oferecer uma nova perspectiva de ideias para homens e mulheres que desconstrua a cultura machista. Esse é um dos objetivos dos Grupos Reflexivos do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). A proposta foi um dos temas debatidos no Encontro de Equipes Técnicas dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, no Auditório Desembargador José Navega Cretton, no 7º andar do Fórum Central, nesta sexta-feira, dia 16. De acordo com a coordenadora do curso de especialização em Psicologia Jurídica da PUC-Rio, Lidia Levy, os Grupos Reflexivos priorizam o diálogo sobre supostas verdades que precisam ser questionadas. “É disponibilizar aos homens que cometeram algum ato de violência contra suas parceiras e estão sob medida social um espaço de acolhimento. Essas verdades absolutas passam a ser questionadas. O grupo que começa resistente, com o decorrer dos encontros, adquire uma visão mais desconstruída”, disse. A assistente social do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (JVDFM) de Jacarepaguá, Olivia do Amaral da Silva Pedrete, explica que, para as mulheres, o trabalho dos grupos reflexivos consiste no atendimento psicossocial e jurídico com as vítimas de violência e discriminação de gênero, buscando o fortalecimento e a superação da situação que se encontram. Já para os homens, é feito um ato contínuo de recriação e significados para uma educação conscientizadora, dentro da relação de diálogo e reflexão sobre a ação. “Os homens se educam entre si e são mediados pelo mundo. Fica bastante evidente que o grupo reflexivo inaugura para alguns autores de violência uma experiência de escuta e, sobretudo, de expressão”, afirma a assistente social. A importância da troca entre as equipes de experiências que atendem homens e mulheres que vivenciam a violência doméstica, realizando discussões e possibilitando um espaço de reflexão entre os conflitos também foi destaque na segunda mesa. “É importante que a gente também reflita sobre a nossa prática”, destacou Olivia. A mesa foi coordenada pela assistente social do Juizado de Violência Doméstica da Barra da Tijuca, Jussara de Lima Ferreira, e também contou com as psicólogas Marcia Valéria Guinancio e Maria Augusta Fischer e a assistente social, Rossana dos Santos Xavier. Na terceira mesa do dia, as assistentes sociais Soyanni Silva e Sheila dos Santos Fonseca debateram sobre as diferenças provocadas pelo racismo, violência de gênero e como esse cruzamento se reflete na vida das mulheres negras. MPC/FB
16/03/2018 (00:00)
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