Vara da Infância e Juventude de Santana realiza seminário sobre Apadrinhamento Afetivo

Serviços de acolhimento receberam orientações sobre o projeto. A Vara da Infância e Juventude de Santana, em parceria com o Instituto Fazendo História (IFH), e com o apoio da Fundação Salvador Arena, promoveu hoje (23) seminário de formação do projeto de Apadrinhamento Afetivo, destinado aos profissionais que atuam em cinco serviços de acolhimento ligados à vara. Em seu discurso, a juíza titular da Vara da Infância e Juventude, Maria de Fatima Pereira da Costa e Silva, discorreu sobre a importância da conjugação de esforços entre atores do sistema de Justiça, organizações sociais e não governamentais para o fortalecimento do atendimento às crianças e adolescentes. “O Apadrinhamento Afetivo visa oferecer algo melhor, dar um novo olhar para que esses jovens possam rever sua história. É uma alternativa para aquelas pessoas que não pensam em adotar, mas querem, de alguma forma, contribuir”, afirmou a magistrada. “Para isso, precisamos capacitar padrinhos, técnicos e apadrinhados. Precisamos avançar com criatividade e inovação”, disse. O promotor César Bocuhy Bonilha também falou da importância do projeto. “Nós sabemos que, mesmo nos casos mais delicados, que apresentam uma solução mais difícil, o apadrinhamento afetivo tem uma atuação na redução de danos para quem se encontra em situação de vulnerabilidade”. Ele ressaltou, ainda, que “o projeto surge num momento em que a criança e o adolescente precisam de atenção, um sentimento de pertencer a um núcleo, de ter uma relação próxima com alguém, facilitando o seu desenvolvimento”, concluiu. Ao tomar a palavra, o defensor público Paulo André Costa Carvalho Matos disse que o projeto de apadrinhamento afetivo é, sem dúvida, um instrumento imprescindível para garantir a crianças e adolescentes o direito fundamental à convivência familiar. “Depois de tentarmos o retorno desses jovens à família natural ou à família extensa, quando não há mais perspectiva de adoção não podemos negar a eles a expectativa de uma convivência familiar saudável . O apadrinhamento vai auxiliar exatamente nesse sentido”, ressaltou. A coordenadora de Apadrinhamento Afetivo do IFH, Monica Vidiz, apresentou o trabalho realizado pelo instituto e seus parceiros. Ela contou que já foram atendidos cerca de 12 mil crianças e adolescentes e, somente em 2016, foram realizados 78 apadrinhamentos. “Nossa primeira ação de apadrinhamento afetivo ocorreu em 2015, com resultados muito positivos. Dali em diante ampliamos cada vez mais esse projeto, que já consta até no Estatuto da Criança e do Adolescente”, esclareceu. Em seguida, Monica Vidiz e a psicóloga do IFH, Heloísa de Souza Dantas, coordenaram a apresentação e a pulgação do projeto entre os participantes. As instituições ganharam kits com materiais para orientar a implementação e a gestão do Apadrinhamento Afetivo, oferecidos pelo instituto. A Vara da Infância e da Juventude de Santana fica em uma região que conta com 2,2 milhões de habitantes. Possui uma equipe técnica composta de onze psicólogos e oito assistentes sociais. São, ao todo, 347 crianças e adolescentes atendidos por 21 serviços de acolhimento. Apadrinhamento O projeto Apadrinhamento Afetivo foi criado para resgatar o direito de convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes acolhidos com remotas perspectivas de adoção ou retorno à família. Há também o Apadrinhamento Financeiro, Cultural e Esportivo, em que o voluntário pode contribuir economicamente para atender às necessidades de uma criança ou adolescente acolhido, sem necessariamente criar vínculos afetivos. Mais informações no site: http://www.tjsp.jus.br/ApadrinhamentoAfetivo
25/03/2018 (00:00)
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