Vara da Infância Central promove encontro entre profissionais da saúde, educação e serviços de acolhimento

Especialistas debateram combate à violência e abuso sexual. O Tribunal de Justiça de São Paulo, por meio da Vara Central da Infância e da Juventude, realizou hoje (23) o "II Encontro entre Educação, Saúde e Serviços de Acolhimento", no auditório do Gade Nove de Julho, edifício que abriga os gabinetes da Seção de Direito Privado do TJSP. O tema central da reunião foi "Violência e Abuso Sexual – como lidar e formas de prevenir" e contou com depoimentos de especialistas da área da saúde, educação e assistência social. Na abertura, a juíza Cristina Ribeiro enfatizou a importância do encontro: “Estamos aqui reunidos para compartilhar experiências, discutir dificuldades cotidianas e juntos encontrarmos caminhos para melhorar o funcionamento da rede”, disse. “Todos que aqui estão fazemos parte de uma rede protetiva, com um objetivo maior: o bem-estar dos menores”, explicou. Para a juíza Mônica Arnoni, “encontros como este são muito importantes para firmar a estrutura de relacionamento para fortalecer a rede protetiva”. O primeiro painel teve como objetivo apresentar os representantes do Conselho Municipal de Enfrentamento à Violência, Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes (CMESCA), aos participantes. A ideia é difundir a colaboração entre a rede protetiva, criando parcerias para os atendimentos realizados pelos abrigos. Os representantes explicaram o funcionamento do serviço prestado pela Prefeitura, discorreram sobre os programas que o Executivo municipal vem desenvolvendo e ouviram as reclamações e dificuldades enfrentadas pelos profissionais dos abrigos. A coordenadora da Saúde da Criança e do Adolescente da Secretara Municipal da Saúde, Athene Maria de Marco Mauro, falou sobre o sobre o Serviço de Proteção Social às Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência (SPVV). “O serviço oferece um conjunto de procedimentos técnicos especializados por meio do atendimento social, psicossocial para acolher crianças e adolescentes vítimas de abuso, exploração sexual ou violência doméstica”, informou. Ela ressaltou que todas as unidades estão em pleno funcionamento e reforçou a ideia de que “é muito importante articular em rede com as demais políticas públicas, para fortalecer a prevenção à violência”. Durante a segunda mesa de debates, o consultor e professor universitário Marcelo Neumann falou sobre o papel dos Serviços de Proteção Social às Crianças e Adolescentes e explanou o trabalho desenvolvido e a evolução dos projetos ao longo das gestões do Executivo. “O SPVV está presente para encarar a violência existente. A grande questão é pensar de que forma podemos salvaguardar os direitos da criança e do adolescente, já que todos os serviços são ligadas à política pública”, ressaltou. Já a coordenadora do Centro de Referência às Vítimas de Violência em São Paulo, Dalka Ferrari, discorreu sobre o atendimento integrado, a intervenção psicossocial na crise e os efeitos psicológicos da violência doméstica. “O primeiro passo é identificar a crise e tornar o ambiente e o profissional acolhedores, para aceitar e entender as emoções”, pontuou. Na continuação dos trabalhos, Maria Inês Rondello apresentou o Projeto Pixote, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), sem fins lucrativos, que tem a missão de transformar a história de crianças e jovens em situações de risco por meio de atendimento clinico, pedagógico e social de forma integrada. De acordo com a coordenadora, o projeto já realizou auxiliou mais de 250 mil pessoas e registra cerca de 300 atendimentos por mês. “A violência sexual tem que ser sempre tratada de forma privativa, de modo a resguardar a intimidade da vítima”, esclareceu. O Projeto Quixote organizará curso direcionado aos profissionais dos abrigos. Serão seis encontros, com inscrição prévia, por meio da área técnica da Vara da Infância e da Juventude Central e contará com 40 vagas. Vários temas serão abordados, como o desenvolvimento da sexualidade na infância; conceitos de violência; fatores de prevenção contra a violência e outros temas ainda a serem definidos. Ao encerrar, a juíza Cristina Ribeiro Leite incentivou a realização do curso. “Será uma excelente oportunidade para expandir ainda mais o conhecimento que deverá ser disseminado aos outros integrantes que não poderão participar do curso”. “Vemos a necessidade de cuidar de quem cuida”, encerrou. Também participaram dos debates o integrante da Área Técnica de Atenção Integral a Pessoa em Situação de Violência da Secretaria Municipal de Saúde, Nelson Figueira Junior; a coordenadora do Núcleo de Apoio e Acompanhamento para Aprendizagem (Naapa) da Secretaria Municipal de Educação, Marcia Bonifácio; e a coordenadora de Projetos da Proteção Social Especial – CPSE/SMADS, Andrea Paula Pereira Trigo.
23/03/2018 (00:00)
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