Presos reformam nona escola no MS

Com um mês para o retorno às aulas, a Escola Estadual Aracy Eudociak comemora a presteza no andamento das obras de reforma realizadas pelos detentos do regime semiaberto de Campo Grande. O colégio, localizado no bairro Jardim Tijuca, é o nono contemplado pelo programa “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade”. Em meados do mês de novembro do ano passado, os presos deram início aos trabalhos de revitalização da instituição de ensino. Reparação das instalações elétricas e hidráulicas, montagem de forro em todas as salas de aula, readaptação da cozinha e a construção de uma biblioteca nova para a comunidade foram alguns dos trabalhos a que se dedicaram os detentos.“A nossa maior preocupação era com as salas de aula, mas o serviço já está bem adiantado nelas. A previsão de entrega das salas é dia 20 de janeiro, ou seja, bem distante do início das aulas que é somente no dia 15 de fevereiro”, conta com tranquilidade Gisele Maria Bacanelli, diretora da escola.A diretora ainda afirma que, embora tenha sido estipulado o dia 28 de fevereiro como data limite para o término da reforma inteira, não é de se descartar a possibilidade de o colégio estar pronto antes. “Esse período de chuvas tem atrapalhado um pouco, mas, mesmo assim, já está quase tudo pronto. A cozinha está praticamente finalizada e a biblioteca, que nem tínhamos, já está sendo coberta”, elenca.Gisele fala também sobre uma situação complicada que a escola passava no período noturno que, graças à reforma, não deverá mais ocorrer. Como não tinha um estacionamento para motos, era necessário abrir o portão dos fundos do colégio para as pessoas guardarem suas motocicletas próximas a uma quadra esportiva antiga. No entanto, isso fazia com que fosse preciso manter uma vigilância constante tanto neste portão, quanto no da frente, por onde entram os alunos, o que gerava muitos problemas. Agora, no entanto, os presos já estão terminando um estacionamento para motos na frente do colégio, dando fim a esta situação incômoda.Segundo a diretora, porém, o que mais impressiona é o cuidado com que os presos trabalham. “Perfeito. Eles são ótimos, respeitosos e super caprichosos. Aliás, o capricho com que eles estão fazendo as coisas é surpreendente”, afirma categoricamente.O programa “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade”, idealizado pelo juiz Albino Coimbra Neto, consiste em utilizar a mão de obra de detentos do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira para realizar reformas em escolas estaduais por meio de uma parceria entre o Tribunal de Justiça de MS, a Secretaria Estadual de Educação e a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen). Os materiais de construção necessários para as obras são adquiridos com um fundo formado pelo desconto de 10% do salário de cada preso da Capital que trabalha no convênio. O programa já proporcionou a revitalização de oito escolas estaduais da Capital e uma economia para os cofres públicos estimada em aproximadamente R$ 5 milhões.Somente na Escola Aracy Eudociak 25 detentos do regime semiaberto prestam serviço. Eles chegam ao local em transporte fornecido pelo Estado por volta das 7 horas e trabalham até as 17 horas, quando retornam para o Centro Penal.
16/01/2018 (00:00)
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